Descobri que o amor nos torna cegos e sem sensibilidade para razão. Deixamos de notar sinais claros de que nem tudo é como pensávamos e evitamos focar o óbvio que nos assusta. O amor nos faz crer que tudo é fundamentalmente irrelevante em relação à pessoa que queremos ter ao nosso lado, mas não nos permite entender se essa pessoa realmente quer estar ali pelo mesmo motivo. O amor é obtuso no julgamento que fazemos da pessoa que amamos, simplesmente porque não ligamos para seus defeitos e não nos importamos sobre seus medos. Este é o grande engano de se amar sem estabelecer regras. Esta é a grande questão entre emoção e razão. Antes de nos jogar neste abismo de sentimentos sem arrependimentos, precisamos segurar nossa ansiedade e estabelecer critérios, mesmo com tudo contra. Precisamos compreender melhor a quem amamos em um nível mais profundo e mais analítico para então, podermos lhes oferecer o apoio antes mesmo do nosso amor. É preciso estabelecer um vínculo de amizade tão forte que nenhuma dúvida paire em nosso pensamento ao oferecer morada em nosso coração. Quando nos dedicamos exclusivamente a amar intensamente sem exercitar a questão racional, a decepção nos pega de jeito e nos joga no chão da desilusão com tanta força que dificilmente conseguimos nos levantar. Digo por experiência. Minha dolorosa experiência. A dor que permanece é imensurável e mal conseguimos respirar. Nos falta forças para ficar de pé e voltar a caminhar novamente. Nos falta fé por dias melhores. Nos falta acreditar que vale voltar a amar algum dia. Tudo isso porque nos lançamos de cabeça no amor por alguém que acreditamos ser nossa alma gêmea (sim, eu acreditei nisso). Quando nos aventuramos a ser equilibristas andando sobre a linha tênue do amor e sem redes de proteção da razão abaixo de nós, não notamos essa tendência suicida que nos leva a crer que o mundo é lindo e maravilhoso. Acreditem: Ele não é, assim como o amor também não é libertador. Nem um pouquinho. Entre dores e desalentos, entre lágrimas e desiluções, precisamos caminhar. E só existe uma única ferramenta que pode ser utilizada para continuar a viver: Resiliência. Agora preciso tentar extinguir a chama do amor que teima em arder em meu peito de alguma forma, para me libertar desse alguém e buscar paz no coração já tão combalido pelas batalhas perdidas. Preciso continuar a existir.
via @notiun
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