foi só lembrar da profundidade dos teus olhos claros, que me veio à tona essa ressaca desgraçada de te amar por um dia. sou efêmera, curta e opaca. talvez durasse pouco por conta da minha pressa com a felicidade, ou talvez por um talvez que não sei declamar em versos soltos. o sol me engolia feito tua língua, as nuvens me exitava e o teu suor está cravado em meu peito até hoje. tocaste canções de amor e eu entediada queria mais um trago da tua saliva, mas em troca cantaste cartola em meu ouvido surdo. desculpa por ser ríspida e chorosa ao mesmo tempo, mas o insensato que me satisfaz. cartola não me faz, se por um dia não me entendeste, é porque não me amaste da mesma maneira que ama tua vitrola. sou feita por vozes rasgadas de punk rock e delírios do cotidiano. mas logo hoje, acordei de porre com o romantismo e coloquei cartola pra te amar novamente, escutar do teu timbre rouco e me perder em cada verso de amor.
talvez eu te ligue ou mando uma mensagem tosca, com este bilhetinho amarrotado, talvez… só um talvez, talvez você é meu talvez e eu preciso do talvez, assim como preciso de cartola.
11 de outubro de um ano qualquer.
via @notiun
Nenhum comentário:
Postar um comentário