►Repouse, princesa Até assistir ela dormir me traz paz, como pode? Tão quietinha, tão segura, velejando em sonhos Como não dedicar mais e mais? Tenho tanta sorte Poder vê-la feliz do meu lado só me motiva com os planos Ficamos tantos anos longe, e continuamos fortes E, quando nos reencontramos, caímos em prantos Tamanha falta que ela me causou, que escrevia em cortes A solidão estava me degustando todos aqueles anos Agora a tenho perto de mim, como eu poderia pedir mais que isso? Tudo o que tenho feito é viajar em seus beijos, meus queridos vícios. . Enquanto caminhávamos pelas pedras da minha cidade, a perguntei Se o sentimento do passado a acompanhava ainda hoje A resposta veio junto de um abraço, e um suspirante "mô", não aguentei Apaixonei-me mais por ela, aquele aperto que ela me deu, me levou e me trouxe De um conto ao mundo, de um mundo a uma fantasia de ogros e princesas, sonhei Acordado, em pé, bem ali, na praça em que outrora eu caminhava tristonho sem ela Flores, chocolates e dengo, como ela adora isso, uma bonequinha de porcelana que nunca ousei desejar Mas, aqui estou eu, escrevendo enquanto a admiro dormir poucos passos de mim Desejo, do fundo do meu coração bobo, que fiquemos juntos até o meu fim. . Acho que eu entendi o motivo de tamanha distância entre mim e você, querido caderno Comecei esses meus textinhos por causa dela, e me ausentei pelo mesmo motivo Como poderia pegar um papel para escrever sobre o amor, enquanto o mesmo estava fervendo? Amei, amo, a amarei para todo o meu sempre, mesmo que em algum momento eu me encontre abatido Tristonho, inativo, ainda pegarei a caneta para escrever sobre meu amor pela moreninha que amo a tempos Estarei criando dedicatórias para aquele sorriso que me cativa enquanto espanta os dias sombrios. . Pensando bem, creio nunca tê-la feito uma serenata com teu nome Medo dela encontrar e ficar zangada? Talvez Esse pode ser o momento de homenageá-la em versos o quanto antes Mas, como formar palavras sem elogiar e enfeitar várias vezes? Já cantarolei para ela, Já somei lembranças em fotos em polaroide Difícil não me apaixonar ao pegar o celular e olhar para a tela Vê-la beijando, e marcando minha bochecha, se eu falar o quanto ela me morde... . Nunca sofri para escrever enquanto a morena repousava em meus pensamentos Sempre surfei entre memórias em aventuras, claro, sempre próximo ao porto Perder-me era algo até comum, também, como não iria mais ao fundo tão intenso? O oceano que ela me presenteou eu nadei, me afoguei e resgatei, aos poucos, Aquele sentimento que borbulhava de amor no passado, e que hoje, me deixa propenso A amá-la mais, a desejá-la mais, tudo a mais, sempre, Enquanto apreciamos o nascer do sol, ao fim do porto, no cais. . Mesmo que algumas de minhas rasuras me amedrontem ainda Várias se tornaram sinfonias tão, mas tão queridas Pena que ela nunca chegou a ler todas elas, pena, espero que ela me entenda Então, quem sabe um dia, eu não as revelem, afoito como só, talvez um dia Enquanto estamos aqui, vou apenas apertá-la, fazer cócegas até ela chorar Ou melhor, vou me declarar ao pé de seu ouvido e, em seguida, afogá-la em carinho Ah, caderno, o que posso falar? Culpa do amar, não quero mais perdê-la e ficar sozinho Quero sonhar de olhos abertos, ao fundo um arco-íris, embelezando ainda mais nosso castelinho Ah, neguinha, Vitória, linda, o que mais posso dizer? Sou seu desde o começo, e assim, padeço louco com o seu sorriso.
via @notiun
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