Insimplesficar No cerne de minha intensidade, abracei tua causa com força igual a imensa dor que sentira quando não me fiz capaz de te sustentar. Cego, surdo, torto, elevei no mais alto pilar tua mazela e de tanto pesada, agarrei-me com unhas e dentes ao volúvel e catatônico pedestal. De tudo, me restava apenas ter notado que o ser que repousava ao meu lado reivindicava de meus ruidosos afagos mais que tua causa os necessitava... Como onda manante, tua prazia, circundante e magnética me arrebatara de imediato. Se nas horas de luto foste forte para afagar-me em teu colo, que de tanto sustentar-se em si mesmo, se fez inquebrável, nas de júbilo antagonizava-se às costas do mundo, ao desdém daqueles dogmas displicentes. Fio a fio, enovelava-se em nosso tear a mais sublime trama. Imóveis, adjacentes, pairamos em nosso próprio enredo, suspensos um no outro. Linha por linha, anexávamos a nossa infinda teia mais e mais carretéis. Cada segredo de seda, cada sonho de algodão, cada desejo de cetim, abrilhantava nosso tecido. Mas de ser resiliente, também se bastava da sensibilidade. Assim sendo, de contraponto a gumes e unhas agudas, adotamos luvas do mais puro algodão. Mas se por tão profundo e pulsátil coração, te arrebatei, por tão exasperas e pontiagudas mãos te esfarrapei a trama. Inerte, despencávamos agora ao chão em lascas e debulhas, aturdidos pelo impacto. Desnorteado, em frangalhos, de olhos furados, passei a exaurir oxigênio a tua procura, sem saber que te encontrava em tão pior estado. Desfigurada era agora tua causa e intangível era agora tua alma, e de ser impossível explicitar tamanha tua dor, caminhaste a passos de formiga na direção contrária. Lamentos ao vento, era a gota D’agua. Por segurança, em saudosas lágrimas e afastando-se, deixou o tolo debulhado a esganiçar sozinho. E hoje, na residência de uma mente inconstante, no brilho eterno de um passado ausente repousa a soturna lembrança. A reminiscência da nossa trama, nossa eterna e quente trama, que de ser razão de meu calor em épocas primaveris, tornou-se lamúria de minha incapacidade em invernos agora sempre presentes.
via @notiun
terça-feira, janeiro 21, 2020
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