O cerrado pede socorro O cerrado é árido é dissonante numa certa harmonia Te engole os olhos com a boca ávida de melancolia O cerrado é plano por todo lado, torto e desencontrado Neste desajeito pedregoso, espinhado, o êxtase é espetado Cerrado ao longe provoca ilusão, maravilha o sol e escorre o calor Tuas árvores e teu desencanto trás encanto e é sedutor Cerrado de vasqueira água, fica deitado no lençol aquífero Nestes poros transbordam renascimento e galhos frutíferos Cerrado espesso, pele grossa e contradição O homem e sua cruel mão, pinta na terra a tela da devastação Destes campos velhorro O cerrado pede socorro! Cerrado não é cidade É patrimônio da humanidade. © Luciano Spagnol – poeta do cerrado 08/042016 – Cerrado goiano
via @notiun
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