UM POUCO DO QUE SOU Por Nemilson Vieira (*) Do coco sou água isotônica; do corpo, a água de cheiro. Morro na praia todos os dias. Lavo os pés, em cerimoniais batizo os fiéis; refresco o corpo e tiro a fadiga... Sou a poça nas estradas e da criançada, o poço. O suor do rosto, a chuva, a enxurrada, o sereno da madrugada, as lágrimas caídas… … A esperança dos idosos, a doce alegria das crianças; o fiel da balança, o ouro da torneira a entornar. Sou o direito, o amor-perfeito que brota do chão, que desce do céu. No organismo, carreio as impurezas metabólicas, ao ser bombeada pelo coração. Sou um devoto em súplicas, a água benta; estou no pássaro que voa, no lago e na lagoa; no Rio Mosquito, no Bezerra no Montes Claro... Sou a vida na Terra acontecendo. Uma célula pulsando em cada canto. Estou no predador e na presa fugidia; fonte a brotar água cristalina, nos brejos, juntinho dos buritis… Sou de todos os lugares: do Planalto Central, da Serra da Mesa, da Moeda, da Canastra… Da Serra do Geral. Sou das veredas do Guimarães Rosa, da Serra do Curral; do Pantanal… Sou das Minas Gerais, Universal. Fui vista até em Marte; visualizada do espaço sideral. Por fim, sou a justiça qual rio a correr, que não pode secar. Sou a vida a escoar na direção do mar. * Nemilson Vieira, Gestor Ambiental, Acadêmico Literário
via @notiun
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