Vida... Nem de ouro, muito menos de prata. Nem de madeira, nem de lata. Nascido no lodo, gerando perolas. Não sou pássaro, mas fiz revoadas. Nunca desejei o mar, apenas o riacho. Fui rosa e espinhos. Bebi chuvas, afoguei orvalhos. Chorei e aprendi enxugar lágrimas. Errei caminhos. Perdi atalhos. Fui gato no telhado E cão vira-lata no mato. Já fui pedra. Já fui sapato. Já tropecei No meio-fio errado. Doei e não recebi. Recebi e não doei. Amei e não fui amado Amado, não amei. Vi o sol nascer. E a noite chegar. Vi estremecer o luar. E o sol não esquentar. Sonhei ser sinfonia, Acabei canção. Sonhei ser dia, Achei a solidão. Sem querer, na vida, Encontrei a estrada. Sem querer viver, Trilhei esta jornada. Hoje sou folha levada, Sou onda na praia, Sou poeira na estrada, Sou o rio que deságua. Terminar sem ouro, Ignorando a prata, Sentir-se realizar. Cumprida a jornada...
via @notiun
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