GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA Essa nação que só tem coração Não têm olhos nem têm ouvidos Mal se compadecem pelo seu cidadão Sofrendo e chorando morrendo aos gritos Ouve-se, então, um pedido de socorro Lapidado no tom de uma voz pueril Do fundo da garganta de um corpo febril Mas ninguém pára, ninguém quer, ninguém vem ajudar, estão todos ocupados pra se preocupar E de pouco em pouco morrem os nossos cidadãos Manchados de sangue sem justiça nas mãos Homens que traçam seu próprio destino Com tempo e suor verdadeiros artesãos Infelizmente permanecem reclusos Escondidos nas sombras de seus desvãos Queria eu poder sonhar com a revolta do pião A quebra do tabuleiro e o fim da disputa Nem branco nem preto, nem cutia nem gavião Nem rico nem pobre, nem cético nem cristão Apenas pessoas, frutos do mesmo embrião Mas com esse jeitinho brasileiro Que é quente no frio e frio no verão Tanto pode ser ruim como também pode ser bão Que ajuda seu josé mas prejudica seu João Que esconde os erros embaixo do colchão Esse jeitinho brasileiro Que temo que seja nossa problema mas também nossa solução Nada hai de mudar por ele senão Até lá, vejo fome surgir e corrupção se espichar O povo que come milho se debulhar Que engole verdade sem questionar Que ve os estragos sem se assanhar De nada adianta “Deixa pra lá” Afinal, se não for futebol, samba e novela Nem é brasil, só mais uma remela Pois eu lhe digo: tenha muita cautela Limpe seu olho e acenda essa vela Cuidado pra não ser pego pela própria rela Pássaro de asa cortada é prisioneiro de sua própria cela Aquele que se conforma é barco sem manivela Vive pra ser guiado sem direito a sua tutela.
via @notiun
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