“Alguém me dá um comprimido? Talvez dois. Talvez mil. Um milhão. Algo que me faça dormir. Feito pedra. Mesmo que a casa esteja pegando fogo hoje eu não tô com vontade de acordar. De levantar. De refletir. Analisar. Pensar. Raciocinar. Não quero colocar a cara para fora. Quero fechar as portas, janelas, vidros, portões. Um comprimidinho apenas. Pra adormecer. Esquecer. Me perder. Difícil não sentir. Não lembrar. Não recordar. Não procurar fotos. Nem nada que me faça voltar no tempo e conseguir visualizar a nossa felicidade. Aconteceu tudo muito rápido, que nem miojo. Três minutos. Felicidade. Uma eternidade. Hoje resta a saudade.”
- Clarissa Corrêa.
- Clarissa Corrêa.
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